quarta-feira, 27 de junho de 2012

Enrique Pichon Rivière

Enrique Pichon Rivière é um suíço, nascido em Genebra no começo do século,
em 25 de junho de 1907.
Como estudante de medicina, problematiza seu saber a partir das modernas concepções sobre o psicossomático. Estudando psiquiatria, nela inclui todos os
desafios da psiquiatria dinâmica, como psiquiatra articula todos os desenvolvimentos da psicanálise e como psicanalista, convida seus colegas a trabalhar no hospital, o ospício, com a psicose, e assim por diante Como profissional, é pioneiro absoluto na introdução da psicanálise no campo "psi" argentino da psiquiatria dinâmica. É fundador da APA ( associação psicanalítica argentina), possibilita a psicanálise de crianças, da psicose, a investigação de enfermidades psicossomáticas, a psicanálise de grupo, a análise institucional, o trabalho comunitário.
Em 1977 festejamos os "primeiros setenta anos do mestre" e o público que encheu o teatro era bastante heterogêneo. Foi homenageado por psiquiatras, psicanalistas, psicodramatistas,pisicólogos, comentaristasesportivos,historiadores, antropólogos, atores, dramaturgos, artistas plásticos, poetas do tango, músicos, recebeu cartas de felicitações de todas as partes do mundo.
Apesar da heterogeneidade, todos reconheciam em enrique Pichon Rivière seu
Mestre.


                              Contexto de descoberta

Sendo psiquiatra e psicanalista no hospício de Las Mercedes de Buenos Aires,
enrique Pichon Rivière descobre que pode encontrar o código, o sentido dos
delírios e sintomas psicóticos de seus pacientes, na estrutura familiar. Ou seja,
que a chave das significações específicas desse paciente é possuída pela
família, essa estrutura que transcende a individualidade e que tem efeitos
constitutivos sobre a mesma. Enrique Pichon Rivière descobre um novo campo
de indagação, conceitualização e intervenção que transcende o discurso do
paciente. Propõe a passagem da psicanálise à psicologia social. Enrique
Pichon Rivière descobre um novo continente, porém não no sentido de território
a ser conquistado, ou mesmo de um lugar para se viver, mas como um lugar de
produção. Para ele, os conceitos teóricos são conceitos instrumentais para
apreender a realidade e sobre ela intervir. É um conceito similar ao que será
proposto, anos depois, por Michel Foucault, com sua teoria da caixa de
"ferramentas".
Isto o leva a propor que para além do campo específico da psicanálise está a
psicologia social como âmbito de indagação dessas tramas vinculares que,
transcendendo a subjetividade, criam condições para a sua própria produção.


                     O ECRO de enrique Pichon Rivière.

No curso de duas décadas, ao longo de sua obra, visualiza-se a progressiva
elaboração de sua posição teórica. Em 1960, enrique Pichon Rivière enuncia
explicitamente seu Esquema Conceitual Referencial e Operativo, publicando
muitos artigos em três volumes de sua obra denominada: "Da psicanálise à
psicologia social" e que têm como subtítulos "A psiquiatria, uma nova
problemática", "O processo grupal" e "O processo criador". Posteriormente
publicará "Psicologia da vida cotidiana". A última produção articulada de seu
ECRO dar-se-á em 1976 , em "Conversações com enrique Pichon Riviére" de
Vicente Zito Lema.