Enrique Pichon Rivière é um suíço, nascido em Genebra no
começo do século,
em 25 de junho de
1907.
Como
estudante de medicina, problematiza seu saber a partir das modernas concepções
sobre o psicossomático. Estudando psiquiatria, nela inclui todos os
desafios
da psiquiatria dinâmica, como psiquiatra articula todos os desenvolvimentos da
psicanálise e como psicanalista, convida seus colegas a trabalhar no hospital,
o ospício, com a psicose, e assim por diante Como profissional, é pioneiro
absoluto na introdução da psicanálise no campo "psi" argentino da
psiquiatria dinâmica. É fundador da APA ( associação psicanalítica argentina),
possibilita a psicanálise de crianças, da psicose, a investigação de
enfermidades psicossomáticas, a psicanálise de grupo, a análise institucional,
o trabalho comunitário.
Em 1977 festejamos os "primeiros setenta anos do
mestre" e o público que encheu o teatro era bastante heterogêneo. Foi
homenageado por psiquiatras, psicanalistas, psicodramatistas,pisicólogos, comentaristasesportivos,historiadores,
antropólogos, atores, dramaturgos, artistas plásticos, poetas do tango,
músicos, recebeu cartas de felicitações de todas as partes do mundo.
Apesar da heterogeneidade, todos reconheciam em enrique
Pichon Rivière seu
Mestre.
Contexto de
descoberta
Sendo psiquiatra e psicanalista no hospício de Las
Mercedes de Buenos Aires,
enrique Pichon Rivière descobre que pode encontrar o
código, o sentido dos
delírios e sintomas psicóticos de seus pacientes, na
estrutura familiar. Ou seja,
que a chave das significações específicas desse paciente é
possuída pela
família, essa estrutura que transcende a individualidade e
que tem efeitos
constitutivos sobre a mesma. Enrique Pichon Rivière
descobre um novo campo
de indagação, conceitualização e intervenção que
transcende o discurso do
paciente. Propõe a passagem da psicanálise à psicologia
social. Enrique
Pichon Rivière descobre um novo continente, porém não no
sentido de território
a ser conquistado, ou mesmo de um lugar para se viver, mas
como um lugar de
produção. Para ele, os conceitos teóricos são conceitos
instrumentais para
apreender a realidade e sobre ela intervir. É um conceito
similar ao que será
proposto, anos depois, por Michel Foucault, com sua teoria
da caixa de
"ferramentas".
Isto o leva a propor
que para além do campo específico da psicanálise está a
psicologia social como âmbito de indagação dessas tramas
vinculares que,
transcendendo a subjetividade, criam condições para a sua
própria produção.
O ECRO de enrique Pichon Rivière.
No curso de duas décadas, ao longo de sua obra,
visualiza-se a progressiva
elaboração de sua posição teórica. Em 1960, enrique Pichon
Rivière enuncia
explicitamente seu Esquema Conceitual Referencial e
Operativo, publicando
muitos artigos em três volumes de sua obra denominada:
"Da psicanálise à
psicologia social" e que têm como subtítulos "A
psiquiatria, uma nova
problemática", "O processo grupal" e
"O processo criador". Posteriormente
publicará "Psicologia da vida cotidiana". A
última produção articulada de seu
ECRO dar-se-á em 1976 , em "Conversações com enrique
Pichon Riviére" de
Vicente Zito Lema.